Como todos
Sou a poesia sem rima que deu errado.
Sou a curva de rio,
o relaxado,
o herdeiro maconheiro,
o filho Rivotril derradeiro.
Sou a poesia com anestesia que deu certo.
Sou o amoroso tio,
o animado,
o parceiro maneiro,
o filho do Brasil com orgulho de ser brasileiro.
Sou a bipolaridade em pessoa num mundo bipolar,
a bondade e a maldade num mundo que ama matar.
Não sou o que falam de mim —
sou apenas o que consigo desempenhar
(como todos que vivem entre odiar e amar).
Glauco Viana
Enviado por Glauco Viana em 08/06/2025