É muito louco ainda ter que responder por que ser contra a Extrema Direita.
Parece desnecessário ter que dar explicação para algo tão óbvio.
Não precisa de muito para explicar o que me incomoda.
É só eu lembrar da minha história.
A Extrema Direita comportamental entrou na minha vida com minhas experiências.
Ninguém falou nada.
Eu não ouvi nada.
Eu vi.
Eu peguei com a mão.
O Bolsonarismo trouxe comportamentos criminais permissivos e eu fiz parte disso.
Na Amazônia - no barco saúde que participo - fiz a comparação do antes e depois. O pós COVID, se não bastasse as mortes, trouxe garimpeiros, exploração sexual bem mais avançadas e comunidades invadidas culturalmente pelos neopentecostais.
No presídio, como dentista, vi um sistema quieto e com medo tentando disfarçar o empoderamento da violência para com os reeducandos (os).
Na família senti na pele a crueldade de um irmão que transformou toda história da família num fake news sem fim.
No trabalho, eu vi um grupo de fanáticos bolsonaristas ( sindbunda ) com arma a tira colo, usar minha boa vontade na profissão para lavar dinheiro e praticamente "quase" destruir uma carreira linda.
Nos amigos, eu vi muito ódio de graça, muitas mentes sujas com cheiro de naftalina e muitas acusações vinda da não aceitação da minha alegria em não ser um deles.
Não tem como eu não lutar contra.
Não tem como eu fechar meus olhos.
Não há possibilidade de leveza quando o assunto é o excesso de contrariedades pegaveis com a mão e pagáveis com meu suor.
Aconteceu comigo.
Ninguém me falou.
O comportamento extremista dos que amam deus, pátria e família - batida no liquidificador com essência de sangue - invadiu minha vida e me fez entender que esse movimento é sim uma seita que tem as mesmas finalidades da ditadura: a ditadura de comportamentos sociais criminosos que nunca serão julgados.