Dizer que querer é poder fica longe da realidade quando o desejo é material, mas sentimentalmente tudo é possível.
Amar, por exemplo, existe algo mais simples e contagioso?
Não falo de amor carnal e matrimonial, isto pode doer e não ser eterno.
Falo do amor a si mesmo e depois ao próximo.
Olhar no espelho ao acordar, se arrumar para trabalhar, reverenciar o céu e agradecer mais um dia: isto é amor.
Sair de casa, dar bom dia ao vizinho, dar carona à um amigo: isto é amor.
Está nas nossas mãos.
Está nos nossos olhos.
Está no nosso coração.
Somos nós que temos mania de não abrir as mãos, não abrir os olhos e nem deixar o rancor sair do peito para a brisa do mar entrar.
Somos nós que não queremos navegar de acordo com a correnteza.
Somos nós que "perdemos tempo juntando dinheiro e esquecemos de cuidar da saúde": isto não é amor.
A simplicidade da vida está no abraço e não nos murros.
A simplicidade da vida está na caminhada e não no passeio com o carro importado do amigo.
A felicidade está na simplicidade, e o amor é simples quando se sabe o que é e para onde se vai.
Nós complicamos demais.
Eu compliquei demais minha vida, mas hoje vi que não nasci para odiar, mesmo com motivos; não nasci para retrucar, mesmo com a palavra dada e não nasci para desejar mal, mesmo dormindo com o inimigo.
Tudo deve ser amor, senão fica difícil.
Tudo deve ser simples, senão fica impossível.
Tudo deve ser gentileza, senão fica ridículo.
Sorrir!
Plantar uma árvore!
Escrever um livro!
Beijar na boca!
Ir ao cinema!
Coisas tão simples capazes de mudar coisas tão inúteis.
Atos tão lógicos capazes de mover montanha, mudar o humor, transformar o dia e encerrar com uma lua sorrindo para você e te dizendo: o único poder necessário é o poder de amar.