Amores roubados
"O pai do meu filho quer guarda compartilhada, mas nem liga para o filho nos finais de semana".
"Como te perdoar cara? - Você roubava meu carro de madrugada, me trancava em casa e saía para cheirar cocaína".
" Meu pai não quer que eu namore um filho da Maçonaria"
Estas histórias eu ouço diariamente e cada vez mais tenho certeza que os amores são cada vez mais roubados.
A inconstitucionalidade emocional do casamento e das uniões perderam-se neste emaranhado de dogmas e sugestões pós modernas.
Os amores foram roubados pela insensibilidade oriunda do excesso de tecnologia e falta de respeito ao próximo.
Nunca se viu tanta gente matando por amor.
As brigas de casais são maiorias no 190.
O Estado roubou até o amor!
A forma como tudo está acontecendo está deixando a frieza sobressair sobre o romantismo; o interesse financeiro ser mais importante que companheirismo; o amor virar negócio e a gratidão desaparecer.
Sexo por sexo e conveniência de sobremesa. Este é o lema.
Não se apaixonam por rosas e sim fazem dos espinhos leis judiciais - não se apegam simplesmente por empatia e sim por marcas de carro - não se jogam com leveza e sim com um pé atrás.
É a desconfiança e as cicatrizes de ex amores operando a máquina do amor.
" Puts cara, cada mês você recebe buquê de um namorado diferente e posta no face, você não tem vergonha?"
" Nossa, você levou seu amante para te fuder na cama do seu namorado, você não tem vergonha?
- Não, a resposta é mil vezes não.
Perderam-se a vergonha na cara e usam- se leis para ameaçar.
" Ou você para de me ligar, ou meu advogado te liga".
Tudo para não dizer "não".
Perdeu-se até a coragem de dizer não, pois "vai que aquele não dá certo."
Tudo quer todos sem ter tempo para amar nenhum.
Redes sociais, grupos de putarias, promoções em casas noturnos, assédio moral: tudo favorece o desligamento daquela flor que desabrochou no peito quando os olhos se fitaram.
" Mas sua hora vai chegar"
"Mas você vai encontrar a pessoa certa"
A questão não é esta.
Não estou falando de solidão.
Estou falando da oferta de amor nas feiras de domingo.
É a futilidade dos amores recentes que me assusta.
É usar o amor como fuga ou como psicologia gratuita.
Fico pasmo quando ouço policiais dizerem das ocorrências policias. Os casais estão indo mais para delegacia que para as igrejas.
O amor está virando crime, pois virou mercadoria. Quando meche com mercadoria, meche como interesse financeiro. Quando o lucro é visado, os sentimentos não podem participar. Esta é a verdadeira lei, e não esta lei de oferta e procura de amor como se fosse banana (nanica).
Glauco Viana
Enviado por Glauco Viana em 07/08/2016
Alterado em 09/08/2016