Já pararam para observar que toda nossa neura de buscar conhecimento pode não ser o melhor caminho?
Será que esta ânsia por querer “saber de tudo” e “ser obrigado a saber de tudo”, não seria perda de tempo?
Logicamente que todos precisam de um emprego, de um abrigo e de comida...o dinheiro é importante – mas será que a gente não está querendo saber de tudo apenas para ganhar mais dinheiro?
Havia um médico que conseguiu se tornar um grande médico – chegou a todos os patamares profissionais. Fez cursos e mais cursos, se tornou Doutor e Mestre e ganhou muito dinheiro.
Ele usou todo seu conhecimento para se enriquecer.
Não perdia um só congresso, chegou a ser premiado várias vezes pelo CRM e era dono do convênio médico mais famoso do seu Estado.
Um belo dia este rico médico foi surpreendido com uma funcionária em trabalho de parto em uma de suas fazendas.
O médico realizou o parto, mas o descaso que seus empregados viviam em relação a saúde o incomodou.
Ele enxergou pela primeira vez que passaram anos e ele nunca percebeu que seus próprios funcionários não tinham nenhuma assistência médica.
O médico entendeu que todo seu conhecimento não foi nada, se nem mesmo seus inúmeros funcionários puderam ser privilegiados pelo seu conhecimento.
Isto me lembra de quantos dons e quanto conhecimento foi desperdiçado no mundo até hoje por causa do sonho de se enriquecer.
Quanto tempo e dinheiro perdido em construções de armas de fogo e química!
Quantas horas de aulas assistidas já passaram muitos milionários até subirem ao poder!
Tudo que é exemplo de sucesso tem algo relacionado com riqueza – o capitalismo infelizmente vive disto.
Parece que a humanidade não está muito afim de entender que conhecimento é prazer e riqueza é perca de tempo.
Óbvio que crescer profissionalmente sem conhecimento é impossível – o conhecimento nos leva a conscientização, mas em doses homeopáticas. Em doses para alcançar o necessário e depois aproveitar outros prazeres da vida que ainda não foi conhecido e nunca será.
O legal da vida está no incognoscível – aquilo que não foi conhecido e nunca será.
Este incognoscível está nas árvores, nas praias, nos bate papos com amigos, nas reuniões familiares, nas noites “calientes” com a amada(o) e na prática da caridade.
E se realmente for verdade que a caridade é a única forma de chegar a Deus, VIVA O INCOGNOSCÍVEL!.

Glauco Viana