Consciência e Responsabilidade
Hoje terminei de ler – pela segunda vez – o livro “Consciência” de Osho.
Sempre quando se lê um livro pela segunda vez, uma proximidade acontece.
Você acaba se transformando - ao mesmo tempo- em fã e amigo do autor. Isto traz um entendimento maior das idéias do autor.
É uma experiência que indico até aos meus inimigos.
As palavras que li neste livro me transformou realmente. Descobri que tenho um amigo que sempre esteve do meu lado, mas eu sempre o desprezei.
Na verdade, estou até com raiva de mim mesmo por nunca ter parado para ouvir e abraçar este meu fiel amigo. Eu descobri que este meu amigo é minha CONSCIÊNCIA.
Hoje entendo o que é este “troço” chamado consciência... E o mais interessante: este meu novo amigo também tem um melhor amigo, chamado RESPONSABILIDADE – que também virou meu amigo.
A CONSCIÊNCIA virou amicíssima da RESPONSABILIDADE, e as duas viraram meus Brothers.
Sempre tive certa dúvida que 90% do que ouvi dizer até hoje era mentira, hoje tenho certeza.
Sempre me senti muito culpado por peculiaridades que me tiravam o sono, hoje sei que não sou culpado sozinho.
Isto é consciência!
Consciência é parar, respirar e descobrir que somos responsáveis por 99% de todas consequências oriundas de nossas escolhas.
Não há motivo para culpar ninguém por algo que interessa a sua vida – e, por incrível que pareça, isto não é simples de entender, pois a humanidade se preocupou com tantas atitudes tolas e assassinas que a consciência morreu em meio a tiros e falcatruas.
Não é fácil de entender porque sempre tivemos dormindo, mesmo acordados tivemos dormindo; pois se tivéssemos acordados a gente não iria deixar a religião, a política, a polícia e o capitalismo acabar com a espécie humana da forma inconsciente que tem feito desde que Adão comeu a Eva e matou sua larica com a maça da Branca de Neve.
Se a consciência morre, a irresponsabilidade acorda “ligada no 220”.
A busca desenfreada por poder e disputa fez o homem dormir eternamente.
Ao invés de apenas admirar o sol, ele preferir adquirir insolação em sua lancha em Miami.
Ao invés de respirar, ele correu atropelando seu semelhante – sem saber onde queria chegar.
Nisto tudo veio as desculpas, as válvulas de escape, as filosofias transformadas em instituições financeiras...O homem teve que inventar algo para suprir onde sua ganância não conseguiu chegar – e nunca chegaria a lugar algum mesmo, pois não tem lugar para chegar, para onde ir...o homem se dedicou ao futuro lembrando do passado e esqueceu do presente; por isto esta mania de culpar os outros.
- Liga não Deus te perdoa!
- Não é culpa tua, a culpa é daquele marido pingaiada que você tem.
- É assim mesmo, um dia passa!
Parece que para todos os problemas ouvem-se as mesmas desculpas. A inconsciência emburrece o homem.
E não faltam artifícios para tirar a culpa de nossas escolhas: igrejas e mais igrejas surgindo, clínicas psiquiátricas lotadas e livros e mais milhões de livros de autoajuda vendendo milhões de cópias.
O bixo bate na mãe, espanca a filha, coloca fogo na casa, é preso, vira crente, vira pastor, monta uma igreja, fica milionário, escreve livro, vai no Faustão e é exemplo de dignidade e caráter.
Isto é inconsciência!
O homem consciente é contra violência, é contra o desamor, a correria e a agitação.
O homem consciente já entendeu que respirar é preciso, acalmar é necessário e solidarizar com o homo sapiens é a única chance que temos de salvação da espécie.
O homem consciente acredita em Deus sim, mas não crê em instituição...cada um tem o direito de ter seu próprio Deus, formar seu Deus segundo imagem e semelhança que mais te convém.
O homem consciente não trabalha apenas por dinheiro, e sim por prazer e por acreditar que sua profissão alimenta seu ser.
O homem consciente não culpa ninguém pelos seus atos, ele limpa sua cagada e não deixa o cheiro da tua merda incomodar seus vizinhos.
O homem consciente ama a natureza como a si mesmo e acredita no amor pleno na mesma intensidade que acredita na tua própria sabedoria.
Por um mundo mais consciente e responsável.
Glauco Viana
Glauco Viana
Enviado por Glauco Viana em 22/10/2013