SOU UM POETA VAGABUNDO
Vagabundo no sentido do não comprometimento, mas de mente e coração aberto.
Coração ora discreto, ora liberto.
Sou um poeta vagabundo com alma de malandro, às vezes mala...muitas outros usando minha consciência louca como bengala.
Sou um poeta sem noção, sem arrumação, sem mérito... ora transcendental, ora surreal e muito mamão rimando com paixão.
Sou desregulado, desajeitado gramaticalmente; uso tracinho e chapeuzinho onde não existe... eu não existo: sou imagem e semelhança do inatingível.
Sou sonhador demais...
Esquisito demais...
Confuso demais...
....mas nesta confusão encontrei um maneira de encontrar o que não acho no meu prato de macarrão ( foi só para rimar kkkkk – nada ver o macarrão com perturbação )
Sou um poeta viciado na rima da vida...a vida tem que ter poesia para ser leve,
Sou um poeta viciado na poesia embaixo, encima, de frente, de lado, de roupa ou pelado...
Vejo poesia até em um bofe correndo pelado na praça da minha cidade nu com o crocodilo debaixo das axilas...
Vejo poesia no olhar, na música, na estátua do Major, na cavalgada dos bebuns, e até nas filas...tem coisa mais poética que fila de aposentado nos bancos?
Tem poesia maior que sentar no banco da praça e ouvir o canto dos pássaros e rir com a maior graça dos seus embaraços?
Tem poesia maior que comer o prato preferido na presença da mãe?
Tem poesia maior que ser mãe do seu destino, pai da sua honra e dono de seus atos?
Sou um poeta vagabundo do bem, mesmo que o mal sustente meus vícios e às vezes me comanda.
Sou um poeta vagabundo da lógica, mesmo que os contratempos tentam me levar para discórdia.
Sou bocudo...
Sou cabeçudo...
Sou cascudo...
Só não sou pintudo nem bundudo...se fosse, não seria poeta vagabundo.
Sou tarado pela escrita e tenho tesão nos elogios...
Sou apaixonado pela criatividade e as críticas me fazem gozar....
Gozo a vida na simplicidade e divulgo isto.
Gozo minha sobrevivência na honestidade e brigo por isto.
Sou um burro e bebo a inteligência quando me convém
Sou culto nas besteiras e ignorante nos assuntos do além.
Sou contra todo o sistema...tenho síndrome de estrangeiro...tenho síndrome de açougueiro....corto os que me odeiam para aproveitar o tempo com os que me amam.
Sou tudo que escrevo e ao mesmo tempo sou o nada perdido nas teclas do meu computador...
Sou sofredor, sinto dor pelo desprezo, mas desprezo a crueldade humana.
Sou um humano que ninguém queria ser, às vezes nem eu....
...mas
...mas
...mas
Mas amo o que me faz sorrir e escrevo vagabundamente o que me faz existir.
Glauco Viana.
Glauco Viana
Enviado por Glauco Viana em 26/07/2013